terça-feira, 20 de setembro de 2011

Proseando com o Pai Guiné


Bem me quer, mal me quer… era exatamente isso que eu estava pensando enquanto desfolhava uma margarida que tinha caido do congar. Do outro lado do terreiro, notei o velhinho de branco sentado num banquinho, e como eu, parecia estar concentrado no corte do fumo de corda que tinha nas mãos. Não resisti ao encanto daquela cena, então atravessei a sala e sentei-me frente ao qu
erido paizinho, que me recebeu com um sorriso ingênuo.
Me diga paizinho, como saberei se um filho se preparou para poder no dia de hoje, fazer parte dos trabalhos?
- Se você perceber que existe alegria em seu rosto, então ele está preparado para o trabalho. A falta do brilho do sorriso, indica que esse filho deverá ficar entre os que serão ajudados.
- Devem todos os filhos de santo, terem a responsabilidade de avaliar seus sentimentos, e somente se estiverem em verdadeira paz, deverão se apresentar para o trabalho na gira de Oxalá. Caso não estejam em harmonia consigo mesmos, devem se colocar em oração, e buscar no Pai a cura dos males da alma.

- Filha, na maioria das vezes, os sentimentos desenfreados são a causa primeira de males que inicialmente são nocivos apenas ao espírito, mas acabam se transferindo para a matéria em forma de doenças degenerativas e incuráveis.
Que sentimentos seriam esses, paizinho?
- A mágoa, o ódio, o rancor, o ciúmes, a inveja, são alguns dos piores sentimentos, além do mais, são devastadores e atingem muito mais quem os sente, e quando curados deixam cicatrizes profundas.
Mas Pai, sendo inevitável para nós encarnados, que em muitos momentos da nossa vida, venhamos a vivenciar tais sentimentos, onde buscar a cura para os males que deles advém?
- Na certeza da morte.
- A imortalidade do espírito, transpira no inconsciente, e vocês se esquecem que cada minuto da vida deveria ser celebrado, e não deveria haver tempo para sentimentos tão nefastos.
Entendi, paizinho! Deverei então buscar a alegria sempre, se quiser estar bem?
- Sim filha, a alegria por si só, cura a maioria das doenças, e posso lhe garantir que se você começar a olhar melhor a sua volta, não faltarão motivos e belezas para que a alegria de estar viva seja uma constante nessa sua existência.
E quando eu fraquejar, paizinho?
- Lembre-se que amanhã talvez não haja mais tempo, então aprenda a sorrir e aproveite com serenidade a dádiva que o Criador lhe deu.
Beijo-lhe as mãos, paizinho!

domingo, 3 de julho de 2011

A FORÇA DOS ATABAQUES DE TERREIROS / ATABAQUEIROS(AS)


Muita gente tem idéias erroneas sobre os atabaques, uns acham que é um bumbo e qualquer um pode ou sabe tocar, outros acham que é só para embelezar o culto, tem gente que acha bonito ficar lá tocando.....etc. No Candomblé, só Ogans tocam e pouca gente sabe a responsabilidade que os Ogans tem . Na umbanda também é grande a responsabilidade do atabaqueiro. Primeiro porque os atabaques são consagrados no terreiro e a eles também se deve muito respeito. O atabaqueiro de verdade pode chamar qualquer entidade (pois ele sabe todos os pontos cantados) e as entidades o ouvem. Pelo atabaque também sabemos se a entidade realmente está incorporada, pois esta estando presente responde ao toque cantado, que pode ser desde uma simples dança, até um desafio. Existem vários toques diferentes, um para cada situação. O terreiro que tem atabaques, facilitam e muito principalmente na incorporação dos mediuns mais novos. Quando o atabaque é bem tocado não é difícil ver gente caindo no meio dos consulentes. O atabaque também tem a função de encobrir determinadas conversas entre entidades e consulentes. O atabaqueiro consciente pode notar uma invasão e mudar o rumo de um trabalho de uma hora prá outra, pois sabe tanto alegrar como defender seu terreiro,  batendo o ponto certo na hora exata. Não há distinção de sexo para ser atabaqueiro(a), o importante é ter uma ligação muito grande com as entidades, com a casa e saber todos os fundamentos que envolvem esse instrumento. O atabaqueiro(a) deve ser também preparado(a) pela entidade chefe da casa, pois, cada atabaque é oferecido a um determinado Santo e tem seus próprios fundamentos, tanto é que antes de bater deve-se pedir (agô), licença para poder tocá-los. 
Entrando na parte espiritual, os cantos, quando vibrados de coração, atuam diretamente nos chakras superiores, notavelmente o cardíaco, laríngeo e frontal, ativando–os naturalmente e melhorando a sintonia com a espiritualidade superior, assim como os toques dos atabaques atuam nos chakras inferiores, criando condições ideais para a prática da mediunidade de incorporação. As ondas energéticas–sonoras emitidas pela curimba vão tomando todo o terreiro de Umbanda e vão dissolvendo formas–pensamento negativas, energias pesadas agregadas nas auras das pessoas, diluindo miasmas, larvas astrais, limpando e criando toda uma atmosfera psíquica com condições ideais para a realização das práticas espirituais. A curimba transforma–se em um verdadeiro “pólo” irradiador de energia dentro do terreiro, potencializando ainda mais as vibrações dos Orixás.
Os pontos cantados transformam–se em “orações cantadas”, ou melhor, verdadeiras determinações de magia, com um altíssimo poder de realização, pois é um fundamento sagrado e divino. Poderíamos chamar tudo isso de “magia do som” dentro da Umbanda.


Axé

Yakèkère Bárbara d´Iansã

quinta-feira, 30 de junho de 2011

RESPEITO À NATUREZA É BOM E NÓS GOSTAMOS

Oferendar aos Sagrados Orixás e Guias Espirituais é uma das coisas mais belas e importante que o umbandista de fé tem em sua caminhada espiritual. 
Os PONTOS DE FORÇAS DA NATUREZA são um recurso natural da religião onde ao oferendar um Orixá ou Guia recebemos o seu Axé, consagramos objetos para assentamentos e elementos de trabalho, descarregamos nossas energias negativas, sendo o ponto de força da natureza o último recurso contra as investidas das trevas, colocados à disposição de todos 24 horas por dia, sete dias por semana, 365 dias e 6 horas por ano. – Que benção. 

Porém a CONSCIENTIZAÇÃO de como ENTRAR e SAIR nesses campos vibratórios, de como FIRMAR ou OFERENDAR Forças Divinas e de PRESERVAR A NATUREZA se faz necessária. 
Vejamos, de que adiantaria levar uma linda oferenda às matas com muitas flores, frutas, bebidas e velas, se ao sair, as matas pegam fogo. Será que isso é Axé? Será que Oxóssi ficará satisfeito? Será que seremos beneficiados dos Poderes Divinos? 
Outro exemplo são as oferendas a Iemanjá com lindas flores, perfumes, barquinhos. - Será que Iemanjá gosta do perfume ou do vidro de perfume? Será que Iemanjá vai atender aos pedidos dos “barquinhos de isopor”, que demoram centenas de anos para se decompor poluindo suas águas, ou atenderá aquele pedido feito sem exagero mas com fé e respeito à natureza? 
IRMÃOS DE FÉ, É NECESSÁRIO O RESPEITO PELA NATUREZA. 
A UMBANDA NÃO ESTÁ DENTRO DOS TERREIROS LIMITADA EM QUATRO PAREDES, ELA ESTÁ NA NATUREZA, NO TEMPO, NO CAMPO SANTO. 
Não podemos dizer que somos umbandista se degradarmos as matas, os rios, mar, cachoeiras, jardins, ruas, cemitérios, avenidas, encruzilhadas,.... 
Não podemos pedir ou exigir respeito se não respeitamos o próximo, se não respeitamos as vias publicas e residências, afinal você gostaria de encontrar um “trabalho” arriado em sua porta?Para ser umbandista basta “AMAR AO PRÓXIMO COMO A SI MESMO, RESPEITAR A NATUREZA E A DEUS ACIMA DE TUDO.”

quarta-feira, 11 de maio de 2011

A PARÁBOLA DO SEMEADOR

"Naquele dia, saindo Jesus de casa, assentou-se à borda do mar. E vieram para ele muitas gentes, de tal sorte que, entrando em uma barca, se assentou; e toda a gente estava em pé na ribeira. E lhes falou muitas coisas por parábolas, dizendo: Eis aí que saiu o que semeia a semear. e quando semeava, uma parte das sementes caiu junto da estrada, e vieram as aves do céu, e comeram-na. Outra, porém, caiu em pedregulho, onde não tinha muita terra, e logo nasceu porque não tinha altura de terra. Mas saindo o sol a queimou, e porque não tinha raiz se secou. Outra igualmente caiu sobre os espinhos, e cresceram os espinhos, e eses a sufocaram. Outra enfim caiu em boa terra, e dava fruto, havendo grãos que rendiam a cento por um, outros a sessenta, outros a trinta. O que tem ouvidos de ouvir, ouça. (Mateus, 13:1-9). "Ouvi, pois, vós outros, a parábola do semeador. Todo aquele que ouve a oalavra do Reino e não a entende, vem o mau e arrebata o que se semeou no seu coração; este é o que recebeu a semente junto da estrada. E o que recebeu a semente no pedregulho, é o que ouve a palavra, e a recebe com alegria, mas como não tem raiz em si mesmo, chegando as angústias e perseguições, ofende-se. E o que foi semeado entre espinhos, este é o que ouve a palavra, porém os cuidados deste mundo e o engano das riquezas sufocam a palavra, e fica infrutuosa. E o que recebe a semente em boa terra, este é o que ouve a palavra e a entende, e dá fruto; e assim um dá cento, e outro sessenta, e outro trinta por um" (Mateus, 13:18-23)."
A parábola da semente representa perfeitamente as diversas maneiras pelas quais podemos aproveitar os ensinamentos do Evangelho. Quantas pessoas há, na verdade, para as quais eles não passam de letra morta, que, à semelhança das sementes caídas nas pedras, não produzem nenhum fruto!
Outra aplicação, não menos justa, é a que se pode fazer `{as diferentes categorias de religiosos.Não  nos oferece o símbolo dos que se apegam apenas aos fenômenos materiais, não tirando dos mesmos nenhuma consequencia, pois que neles só vêem um objeto de curiosidade? Dos que só procuram o brilho das comunicações espíritas, interessando-se apenas enquanto satisfazem-lhes a imaginação, mas que após ouvi-las, continuam frios e indiferentes como antes. Que acham muito bons os conselhos e os admiram, mas para aplicá-los aos outros e não a si mesmo. Desses, finalmente, para os quais essas instruções são como as sementes que caíram na boa terra e produzem frutos.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

ORAÇÃO A OGUM


Caminhos difíceis por onde eu passar
Caminhos escuros onde não possa enxergar
Caminhos incertos que eu escolher
Caminhos difíceis em que ficarei...

Mas lá, nos caminhos distantes e incertos estarei eu
OGUM, na falange de Jorge.
Cavaleiro do Bem
Com escudos,  espadas e lanças a te defender.
E tu, tu estarás seguro.
Protegido e amparado na armadura
Benéfica de Ogum, teu Pai...
Caminhos, caminhos e caminhos
Para todo o sempre percorrerás.
Mas eu vou estar, em tua estrada
Ogum sempre a te amparar.

OGUM GUERREIRO
(Médiun Mãe Otávia D´Oya)

quarta-feira, 13 de abril de 2011

O PODER DA ORAÇÃO. ACREDITE É VERDADEIRO!!!


Uma pobre senhora, com visível ar de derrota estampado no rosto, entrou num armazém, se aproximou do proprietário conhecido pelo seu jeito grosseiro, e lhe pediu fiado alguns mantimentos.


Ela explicou que o seu marido estava muito doente e não podia trabalhar e que tinha sete filhos para alimentar.

O dono do armazém zombou dela e pediu que se retirasse do seu estabelecimento.

Pensando na necessidade da sua família ela implorou:
"Por favor senhor, eu lhe darei o dinheiro assim que eu tiver..." ao que ele respondeu que ela não tinha crédito e nem conta na sua loja..

Em pé no balcão ao lado, um freguês que assistia a conversa entre os dois, se aproximou do dono do armazém e lhe disse que ele deveria dar o que aquela mulher necessitava para a sua família por sua conta.

Então o comerciante falou meio relutante para a pobre mulher: "Você tem uma lista de mantimentos?"
"Sim", respondeu ela . "Muito bem, coloque a sua lista na balança e o quanto ela pesar, eu lhe darei em mantimentos".

A pobre mulher hesitou por uns instantes e com a cabeça curvada, retirou da bolsa um pedaço de papel, escreveu alguma coisa e o depositou suavemente na balança.

Os três ficaram admirados quando o prato da balança com o papel desceu e permaneceu em baixo.

Completamente pasmado com o marcador da balança, o comerciante virou-se lentamente para o seu freguês e comentou contrariado:
"Eu não posso acreditar!"

O freguês sorriu e o homem começou a colocar os mantimentos no outro prato da balança.

Como a escala da balança não equilibrava, ele continuou colocando mais e mais mantimentos até não caber mais nada. O comerciante ficou parado ali por uns instantes olhando para a balança, tentando entender o que havia acontecido...

Finalmente, ele pegou o pedaço de papel da balança e ficou espantado pois não era uma lista de compras e sim uma oração que dizia:

"Meu Senhor, o senhor conhece as minhas necessidades e eu estou deixando isto em suas mãos..."

O homem deu as mercadorias para a pobre mulher no mais completo silencio, que agradeceu e deixou o armazém. O freguês pagou a conta e disse:
"Valeu cada centavo..."

....Só mais tarde o comerciante pode reparar que a balança havia quebrado, entretanto só Deus sabe o quanto pesa uma prece...




"Invoca-me, e te responderei; anunciar-te-ei cousas grandes e ocultas que não sabes" (Jer.33:3).

Quão grande e encoberto segredo é o poder ilimitado da oração: temo falar disto, pois me considero incapaz de descrever, em palavras humanas, a inefável onipotência de Deus que Ele revela ao homem que ora. Queremos tentar aproximar-nos, mediante uma simples pergunta, no centro deste segredo divino.

"Invoca-me no dia da angústia: eu te livrarei, e tu me glorificarás (Sl. 50:15). Além do fato que o Senhor atende também o nosso clamor causado por necessidades exteriores, todo aquele que começar a ler Sua palavra com o coração aberto, inevitavelmente entrará em necessidade interior. E nisto vem o convite do Pai: "Invoca-me no dia da angústia."